Em 2016, o Brasil recebeu o certificado de eliminação do Sarampo. Infelizmente, desde 2017, com a reintrodução do vírus na região Norte do país, foram, mais de 10.000 casos registrados em 2018 e esse ano o sarampo continua a causar surtos, principalmente no Sudeste. O motivo de tamanho retrocesso se deve principalmente às baixas coberturas vacinais. Com os brasileiros devidamente vacinados, estaríamos protegidos de pessoas infectadas vindas do exterior. O sarampo é uma doença infecciosa altamente contagiosa (9 em cada 10 pessoas que tiverem contato com um doente, adoeceram), vacinação é a única maneira de prevenir a doença.
Leia abaixo todas as informações necessárias sobre a vacinação
Qual a situação atual da doença no Brasil? (em 13/08/2019)
Neste ano, o Ministério da Saúde (MS) já confirmou, até o dia 6 de agosto, 1045 casos de sarampo distribuídos em nove estados: Amazonas (4), Roraima (1), Pará (53), Bahia (1), Sergipe (1), Minas Gerais (4), São Paulo (965), Rio de Janeiro (13) e Santa Catarina (3). Este número vem aumentando, inclusive por casos autóctones, ou seja, o vírus está circulando no território nacional e não apenas sendo importado de outras regiões. Há ainda mais de 2.800 casos em investigação. Segundo o MS, atualmente, 43 cidades em três estados brasileiros (40 em São Paulo, 2 no Rio de Janeiro e 1 na Bahia) se mantém com surto ativo, ou seja, com crescimento do número de casos confirmados da doença. Diante do surto, o MS tem realizado ações de imunização, como bloqueio vacinal seletivo, intensificação da rotina de vacinação e campanhas de vacinação direcionadas à população de acordo com o cenário epidemiológico local.
Quais faixas etárias devem ser vacinadas?
Todas as pessoas com mais de 1 ano de idade devem receber duas doses da vacina Tríplice
Viral na vida.
- Crianças entre 6 meses e 12 meses, em que residam em locais de surtos precisam ser vacinadas. Essa faixa etária apresenta a maior taxa de incidência (mais de 2000 casos/100.000 no Amazonas, por exemplo) e óbitos (55%).
- Pessoas com mais de 49 anos provavelmente tiveram sarampo, por isso não são prioridade do MS para a vacinação. No entanto, ainda que raramente (incidência de 39 casos/100.000 entre maiores de 50 anos no AM), podem adoecer. Diante da exposição ao vírus, dúvida sobre passado de doença ou sobre o histórico vacinal, a vacinação é indicada, inclusive para maiores de 60 anos.
- Em situações de surto ou exposição, uma terceira dose pode ser recomendada.
O que é recomendado pelo Ministério da Saúde?
Nas unidades básicas de saúde (UBS) são vacinados de forma rotineira as faixas etárias recomendadas no calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI):
- Indivíduos de 1 a 29 anos de idade devem ter duas doses da vacina Tríplice Viral
- Adultos entre 30 e 49 anos de idade, sem comprovação de nenhuma dose, devem receber pelo menos uma dose da vacina tríplice viral (SCR).
Estamos em uma campanha nacional de vacinação? Há alguma recomendação especial?
A necessidade de campanhas é definida por cada município ou Estado, de acordo com a ocorrência de surtos ou não. Importante ficar de olho na a comunicação da Secretaria de saúde de seu município.
Quem vai viajar pra SP nesse momento, tem que tomar vacina?
É recomendado que todo brasileiro, mesmo fora das áreas de surto, se vacine de forma rotineira, conforme o calendário do PNI, especialmente pessoas que vão viajar para áreas com casos da doença. Isso é essencial para evitar que os casos se espalhem para outras regiões.
Se eu já tive sarampo, preciso me vacinar?
Se teve a pessoa teve sarampo comprovadamente, não há necessidade de vacinar. Se há mínima dúvida sobre o histórico da doença, é recomendado vacinar.
Quem é considerado adequadamente vacinado?
Todas as pessoas que receberam duas doses da vacina tríplice viral depois dos 12 meses, com intervalo mínimo de um mês entre elas.
E se meu bebê tomar uma dose antes de 1 ano?
Vacinas de sarampo feitas entre 6 e 12 meses de idade tem o objetivo de bloquear a doença em caso de surto, mas não conferem proteção de longo prazo. Por isso, essa dose não deve ser considerada no esquema vacinal.
Para quem a vacina é contraindicada?
- Gestantes
- Bebês com menos de 6 meses de idade
- Pessoas imunossuprimidas por doença ou uso de medicação
- Crianças que vivem com HIV que tenham imunossupressão e/ou sintomatologia grave (CD4 < 15%, para aquelas até 5 anos; e CD4 < 200 cel/mm3, para maiores de 5 anos)
- Adultos que vivem com HIV com CD4 < 200. Para aqueles com CD4 entre 200 e 350, os parâmetros clínicos e risco epidemiológico devem ser avaliados pelo médico para a tomada de decisão
- Pessoas com histórico de alergia grave (anafilaxia) após aplicação de dose anterior das vacinas ou a algum de seus componentes. Importante: não há contraindicação para alérgicos a ovo
- A rede pública dispõe de vacinas tríplice viral produzidas por três fabricantes: Fiocruz/Bio-Manguinhos, Serum Institute of India e GSK. A vacina do Serum Institute of India contém traços de lactoalbumina, portanto é contraindicada para alérgicos à proteína do leite da vaca. A condição deve ser informada na sala de vacinação, para que a vacina adequada seja administrada.
A gestante vacinada inadvertidamente corre riscos? E o feto?
Inúmeras gestantes foram inadvertidamente vacinadas com a vacina tríplice viral em todo o mundo. Embora exista risco teórico para o feto, estudos publicados na literatura médica, inclusive brasileiros, relatam baixo índice de infecção fetal e nenhum caso de prejuízo à saúde do feto e da gestante ou intercorrências na gravidez.
Mães amamentando podem receber a vacina?
Mulheres em aleitamento materno de bebês de qualquer idade podem ser vacinadas para sarampo.
É necessário esperar para engravidar após receber a vacina?
Sim, é recomendado aguardar 30 dias.
Que tipo de medicamento pode contraindicar a vacina?
Drogas imunossupressoras contraindicam a vacina tríplice viral. Cada droga tem um intervalo de tempo diferente entre sua interrupção e a possibilidade de vacinação. Converse com seu médico.
Há problema em fazer a febre amarela e tríplice viral (ou tetra viral) no mesmo dia?
Em menores de 2 anos, as vacinas Febre amarela e Tríplice viral devem ser aplicadas com um intervalo de 30 dias, pois há interferência na resposta se feitas juntas. A partir de 2 anos de idade, as vacinas podem ser feitas no mesmo dia.
As vacinas Tetra e Tríplice Viral podem ser aplicadas em alérgicos a ovo?
Não há contraindicação de vacinação para alérgicos a ovo.
Converse com o seu médico sobre a vacinação e cuide-se bem!
Direção Médica da Rede Vaccini: Dr. Isabella Ballalai CRM 52.48039-5
Referência: https://vaccini.com.br/sarampotudooque-voce-precisa-saber/